27 de maio de 2005

Brisa em São Paulo

Brisa se transformou em ventania
Ventania da qual já virou temporal
Temporal é vida?
Não...
É o fim dela...
E eu aqui,
Querendo temporal...
A brisa já não alenta minha vida

(Aê, Frog! Valew pelo poema-comment!)

23 de maio de 2005

Sopro

Deixo a ti um sopro
Uma brisa
intensa
ainda que leve
Densa
Breve
Imensa
A vida é uma brisa
Não se vive só
de brisa
Mas são essas brisas
esses sopros
que nos acalentam
Deixo a ti esse alento

14 de maio de 2005

O anjo cego

Dia desses, eu vi
ou sonhei
ou imaginei
ou delirei mesmo - pois estou louco
Um anjo
Caminhando em meio a multidão
Um anjo entre nós
Como se fosse um entre muitos
O que estaria fazendo entre nós?
Zelando por nós mais de perto?
Zelote fiel?
Um caído?
Anjos caem...
É fácil cair!
Anjos caem...
E pensar que
aqui embaixo
achamos que é foda...
Sinto que poderíamos
Poderíamos voar
Se não fôssemos
tão pesados...
Por isso, caímos
Mas...
Por que anjos caem?
De qualquer forma...
Era um anjo!!!
O que eu vi...
Droga! Eu vi!!!
Mas...
O que estava fazendo entre nós?
Por que não estava voando?
Suas asas estavam ali...
Inerentes a ele
Imponentes
Mas...
Inertes
É como se não as sentisse
Por que não voa?
É como se não as tivesse
Por que não faz uso de tuas majestosas asas?
É como se não as soubesse
Por que continua aqui, anjo?
Tem asas, não tem?
É como se não as visse
Não vê?
É cego?

7 de maio de 2005

O que significa isso?

Nesse mundo
em que damos aos (in)significantes
significado maior do que os deveriam ter
Nada do que você venha a saber
Nada é o que parece ser
Tudo o que aparece pra você
muita gente não vê
E, por isso, não entende
Não sente
Não sabe
Realmente
Talvez seja melhor nem ver...
De repente, nem é preciso entender...
Quem deve realmente saber
O que significa isso?

2 de maio de 2005

Palavras dadas

Eu te dou minha palavra
Aceite-a
Ainda que pareça bobagem
Ainda que pareça pouco
Aceite-a
Mesmo sabendo que palavras
vem
e vão
e surgem outras
e se perdem mais outras
Aceite-a
Eu sei que é fácil
dar palavras
Palavras não são palpáveis
Palavras são abstratas
Palavras se perdem no vento
e no Tempo
Palavras são ilusão
É fácil dar palavras, eu sei
Mas difícil é atribuir valor
Difícil é dar palavras com valor
É como dar a um cego na rua
uma moeda de um centavo
ou uma nota de cem dólares
ou um mero papel amassado
Quem dá o valor é quem dá a palavra
Palavras podem ter valor imensurável
ou podem não valer absolutamente nada
Eu te dou minha palavra
Aceite-a
Por quê não aceitaria?
A Vida é uma palavra!
O Mundo é outra!
São palavras!
É tudo palavra!
Vivemos palavras
Vivemos por palavras
Vivemos entre palavras
Vemos muito da Vida
através de palavras
São palavras!
Se elas valem ou não alguma coisa
eu não sei
Mas é esse o meu Mundo
Essa é minha Vida
Aceite-a
É de coração
E é tudo o que eu tenho
pra te oferecer
agora
Se te vale alguma coisa
Aceite-a