21 de março de 2006

Contos loucos - Diálogo sobre a fuga do jardim e das idéias - Intro

Esse outro escrito é algo como uma versão reescrita do anterior. Digamos que ele foi baseado no escrito anterior... E em alguns feedbacks... (Valeu, Roby!)


- Para onde foram as minhas idéias? Elas cismam em fugir de mim quando me aproximo delas... Fugiram! E, dessa vez, levaram o jardim consigo!
- E como isso pode acontecer? As borboletas levando o jardim? Loucura!
- É, eu sei, caro amigo... Mas levaram! O jardim sumiu! As borboletas o levaram! Levaram tudo! Tudo! [Chuinf...]
- Ora, meu caro, caríssimo amigo... As borboletas só seguem o perfume das flores... Pense nisso!
- Hum...
- ...
- A não ser que...
- ???
- Sim!
- ?!?!?!
- Não!
- !?!?!?
- Oh, merda! O jardim fugiu com elas!
- [Tsc, tsc, tsc...] Oras! Mas essa idéia é mais absurda que a primeira!
- O jardim fugiu de mim!!! [Buáááááááááááááá...] E levou as borboletas consigo!!! [Buááááááááááááá...]
- Calma, meu caro amigo...
- Mas... E o meu jardim?
- Pare e pense! O jardim não fugiu! Foi você quem mudou o seu jardim de lugar!
- Eeeeeeeeeeeeeeeu??? Essa idéia, sim, é absurda!!! Como é que eeeeeeeeeeeeeeeu poderia ter mudado o jardim de lugar e não saber onde está???
- Pois foi você quem mudou o jardim de lugar, sim! E foi você quem espantou suas próprias idéias!
- Oras...
- Acalme-se, meu caro amigo! Saiba: as idéias não nos fogem; nós é que as expulsamos! Consciente ou inconscientemente! (Mas aí, só dr. Freud explica...)
- Mas... E o jardim? E as borboletas?
- É que você tá olhando pra cima, pro céu, procurando as borbotetas ainda! O jardim tá bem aí, debaixo dos teus pés!
- Caramba!!! Tô pisoteando todo o jardim!!!
- Tá vendo? Basta olhar pra direção certa.
- Mas... E as borboletas???
- As borboletas se espalharam! E só voltarão quando sentirem que nada lhes acontecerá de mal neste lugar!
- !
- Mate os dragões que as dissipam!
- Dragões?!?!?!?! Onde?!?!?!?!
- Ali, na caverna...

(continua...)

20 de março de 2006

Fuga

Caçando em minha mente insana
Idéias
Borboletas que cismam em fugir
cada vez que lhe aproximo minhas mãos
Fugiram
e levaram o jardim consigo
Levaram tudo
Não consigo entender
como podem ter levado
tudo
A não se que...
Sim!
Não!
Oh, merda! O jardim fugiu com elas!

4 de março de 2006

Sem Título Nº 573 ( Primeira experiência de escrever uma poesia com um "eu" feminino )

Você é uma máquina cruel,
teu beijo tem gosto de fel,
teu olhar faz qualquer um morrer,
a dor dos outros é teu prazer...

Quero sentir teu amor,
mas é melhor não te tocar...
Quero te ter em meus braços,
mas meu bom-senso me manda parar.
Quero te beijar,
mas sinto que é em exagero...
Quero sentir teu gosto,
mas teus lábios são puro veneno...

Tua boca é tão quente,
que faz até você parecer gente.
Tão úmida é tua pele,
que nem dá pra imaginar o quanto fere.

Te ouço me chamar,
mas é meu estômago roncando de fome.
Quero te machucar,
só pra te ouvir gemer e gritar meu nome.
Não quero te tocar,
mas você já está dentro de mim.
Quero te possuir,
mas não sobrevivo se a resposta for sim.