26 de junho de 2006

Espírito Fumaça

Olhe! Sou eu
essa fumaça
que sobe aos céus...
Dança levada pelo vento
Voa, vagante
Vulto misterioso, um espírito
Assombração, um fantasma
De repente, apareço
E te assusto
Surjo denso
Te perturbo os sentidos
com minha presença
E talvez seja esse
o único intuito de minha aparição...
Quero te perturbar
para que possas me sentir
aqui
Quero te invadir
a mente, me apossar de teu corpo,
me fundir à tua alma
Quero me sentir
vivo
em tua vida
Mas, tão logo consigo sentir-me, enfim,
me desfaço, me disperso
O que era denso
se desintegra,
vira nada
E eu desapareço
Outros ventos me espalham
a vários cantos, me despedaçam
E parte de mim
fica em ti
e te faz mal
Espírito? Que nada!
Talvez, no final,
seja só
fumaça...

12 de junho de 2006

A verdadeira escolha

Antes de escolher, pense bem...
Ah! Quer saber? Nem pense: apenas escolha! Pensar, de nada vai adiantar! É pura perda de tempo!
Afinal, essas escolhas efêmeras, com as quais podemos nos dar ao luxo de perder tempo pensando, pensando... Essas escolhas pouco importam! No final, o que nos resta depois de cada escolha é desfrutar das conseqüências --ou sofrê-las! Essa é a nossa verdadeira escolha!
(E, convenhamos, essa não nos exige pensar...)

8 de junho de 2006

Amarrado

Eu nasci pra amar
Mas não amo
Queria mesmo é ser amado
Pois sinto que, por não sê-lo,
eu não consigo amar

Eu nasci pra ser amado
Mas não o sou
Queria mesmo é amar
Pois sinto que, por não amar,
também não sou amado

Mas o que eu queria,
de fato,
é amar
e ser amado

Ou então não precisar
ser amado
pra amar
Sei lá!
Amar pra ser amado...
Ser amado pra amar...
Que loucura!
Que tortura!
Por que esse ato de amar é tão...
Amarrado?