28 de fevereiro de 2007

... nada será o mesmo.

"Eu nunca serei o mesmo
depois do seu toque
dos seus beijos
daquela tarde de conversas,
descontraídas, e cheias de vida...

Eu nunca serei o mesmo
depois de te envolver
nos envolvermos
braço abraço a braço...

eu nunca mais
serei eu mesmo
você nunca mais será a mesma...
apenas meu coração que cisma
que um dia seremos nós de novo...
... embora minha minguada razão
diga pra esquecer
apagar, desistir, me perder...

Eu nunca serei o mesmo
eu nunca mais fui o mesmo, depois
que encontrei
você... que você
encontrou encantou eu e você,
nunca mais seremos os mesmos"

8 de fevereiro de 2007

Aurora plúmbea

Pessoas!

Copiando a idéia que meu caro amigo-poeta Leandro Jardim havia colocado em prática recentemente, vou fazer aqui, no EscúchamePorra, a Retrô B7C

Este foi o escrito de estréia, "Aurora plúmbea"!



Essa manhã
amanheceu
tão
escura...

Vejo um céu cinza...
Mas não como o de outrora...

Esse céu
amanheceu
com cor
de chumbo.

Como se toda poluição do céu de outrora
se houvesse sedimentado nas nuvens...

Como se todas as Noites
transformadas em Dia
houvessem decidido invadir,
transgredir,
entrar sem hora marcada,
e em hora imprópria,
à sala da Aurora...

Chumbo!
O céu
está coberto
de
chumbo!

Como se toda Loucura dos seres terrenos,
todas suas impurezas e indecências
houvessem ascendido aos céus...

E essa Loucura é tamanha, chega a cobrir o Sol...

E eu posso sentir seu cheiro!
E posso sentir até seu gosto!
Posso sentir na pele
o peso
de todo esse chumbo
que me invade por todos os poros!

E eu posso ver a tudo isso
e admirar o espetáculo!
Relâmpagos cortam o horizonte
cinza-chumbo
apocalíptico...
É o caos!

A chuva vem para lavar a cidade
para seu derradeiro fim...
Vem manchar as ruas
com todo o chumbo
que estava no céu
diluído em água...

E eu aguardo ansiosamente a
chuva
para lavar os pensamentos da noite
imunda
e sigo a observar os raios que poderiam rachar-me a
cuca...

Vêm as primeiras gotas da chuva
umedecer a rua soturna...

Argila

Mais um da série Retrô B7C!


Ó, Senhor
que, do barro,
fizestes os homens
à Vossa imagem e semelhança...
Ó, Senhor
de tantas imagens
e zilhões de semelhanças,
explicação fácil
do destino
de tantos homens
diferentes...

Ó, Senhor...
Faz-me argila!

Quero me moldar novamente
Quero mudar
Quero ser moldado
de outra forma
Não, não quero ser um vaso novo...
Quero ser gente!
Não quero parar nas mãos de um oleiro,
mas nas mãos de um artista!
Ou de algum ser arteiro, que seja

Eu
ou qualquer outro que queira

Mas, nesse mundo
de homens que se confundem
com a Vossa imagem e semelhança, Senhor...
Neste mundo tão podre
e sujo,
ninguém quer sujar as mãos
pra moldar os outros,
pra mudar o mundo...

Em vez disso,
esperam a argila secar...
Só para ficar fácil
de destruí-los...

Bonecos de argila seca
lutam entre si
Guerreiros de terracota
cujo destino é
ficarem soterrados...

No calor dessas batalhas
toda argila do mundo
tem secado mais depressa...

6 de fevereiro de 2007

EM LETRA BEM MAIOR

juntamente coa Czarina das Quinquilharias
e Lubi Coração-Na-Boca

Foram encontros fortuitos
apesar de serem poucos,
não muitos
Fora a bebida que a gente mandô pra dentro
e as conversas jogadas fora,
ao vento
mas não ao esquecimento.
Conversas sem limites, sem nexo,
porque somos poetas, sóis
e a inspiração esquenta no copo
pelas lembranças dos scolegas (des)
conhecidos.
mas cada portal é
lentamente
vencido
E aqui estamos nós.
Frente a frente
Materializados
Nós existimos! (?)
é coisa que se troca, se sente
inclusive naqueles
que estão ausentes