14 de maio de 2005

O anjo cego

Dia desses, eu vi
ou sonhei
ou imaginei
ou delirei mesmo - pois estou louco
Um anjo
Caminhando em meio a multidão
Um anjo entre nós
Como se fosse um entre muitos
O que estaria fazendo entre nós?
Zelando por nós mais de perto?
Zelote fiel?
Um caído?
Anjos caem...
É fácil cair!
Anjos caem...
E pensar que
aqui embaixo
achamos que é foda...
Sinto que poderíamos
Poderíamos voar
Se não fôssemos
tão pesados...
Por isso, caímos
Mas...
Por que anjos caem?
De qualquer forma...
Era um anjo!!!
O que eu vi...
Droga! Eu vi!!!
Mas...
O que estava fazendo entre nós?
Por que não estava voando?
Suas asas estavam ali...
Inerentes a ele
Imponentes
Mas...
Inertes
É como se não as sentisse
Por que não voa?
É como se não as tivesse
Por que não faz uso de tuas majestosas asas?
É como se não as soubesse
Por que continua aqui, anjo?
Tem asas, não tem?
É como se não as visse
Não vê?
É cego?

Um comentário:

  1. Oi, J.F. de Souza! Meu nome é Fernando Alexandre e gostei bastante do seu texto 'O Anjo Cego'. Escrevo um livro com o mesmo nome e gostaria de conversar mais com você, gostaria de colocar seu texto na contra capa do meu livro. É claro que precisamos acertar tudo se você concordar. Se quiser manter algum contato comigo, meu e-mail é fernando.original@hotmail.com Mande um e-mail identificando-se e podemos conversar. Abraço.

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