26 de junho de 2006

Espírito Fumaça

Olhe! Sou eu
essa fumaça
que sobe aos céus...
Dança levada pelo vento
Voa, vagante
Vulto misterioso, um espírito
Assombração, um fantasma
De repente, apareço
E te assusto
Surjo denso
Te perturbo os sentidos
com minha presença
E talvez seja esse
o único intuito de minha aparição...
Quero te perturbar
para que possas me sentir
aqui
Quero te invadir
a mente, me apossar de teu corpo,
me fundir à tua alma
Quero me sentir
vivo
em tua vida
Mas, tão logo consigo sentir-me, enfim,
me desfaço, me disperso
O que era denso
se desintegra,
vira nada
E eu desapareço
Outros ventos me espalham
a vários cantos, me despedaçam
E parte de mim
fica em ti
e te faz mal
Espírito? Que nada!
Talvez, no final,
seja só
fumaça...

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