18 de fevereiro de 2006

Gritos Mudos

Ouça...

São os gritos mudos de um anjo caído
Ferido e desiludido
Pensando, remoendo seus rancores
Ali estendido
Sem forças para voltar
Sem vontade de se reerguer
Ele espera por apenas um sopro de vida
Para poder morrer

Veja...

Agora ele se sente atraído
Pela sinfonia satânica que lhe chega aos ouvidos
Gritos... Sofrimento humano
Ele prova este gosto e sente este gozo
Agora sente forças para se erguer
Mas perdeu o poder divino de esquecer
Trocou as asas e a auréola
Por uma espada e um mórbido prazer

Sinta...

Mil espadas de fúria perfurando teu coração
Como ao daquele anjo estavam até então
Um anjo
Que caiu pelo Amor e se ergueu pelo Ódio
E que agora procura a causa de sua queda
Trazendo o Caos para a Terra
Toda a justiça que vê, corta, pois ela é cega
Perdeu as asas, mas tem a espada e pernas

Corra...

Lá vem ele, sentindo teu cheiro.
Segundo ele, inesquecível e traiçoeiro
Teus cabelos ao vento, lábios encharcados
Sentimentos mortos e enterrados
Ele se apoxima
Gritando que ainda te ama
E nos olhos aquela chama
É a tua sina

Morra!

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