4 de abril de 2006

Contos loucos - Diálogo sobre a fuga do jardim e das idéias - A caverna e os dragões

- Caverna?!?!?! Dragões?!?!?! Meu... Que absurdo!!!
- Absurdo?!?!?! Afinal, você tá duvidando de mim??? É isso???
- Estou duvidando de você, sim!!! Essa história de 'dragões na caverna' é fruto da tua mente doentia, isso sim!
- Como?!?!?
- É isso aê! Você só pode estar louco!
- (E agora eu é que sou o louco da história... Vê se pode, uma coisa dessas...) Pois olhe! Aí, bem à sua frente...
- ???
- Eis a caverna!
- [Aaaaaaaaaaaaaah!!!] O que é isso, meu Deus?!?!?!?!
- A caverna, oras! Já não te disse?
- De onde surgiu isso?!?!?!?!
- Como assim, 'de onde surgiu'?!?!?!
- Eu não me lembro dessa caverna aqui... E eu não me esqueceria de um cenário tão macabro, tão medonho... Essa entrada... Mais pacere uma horrível bocarra querendo engolir a tudo e a todos... E... [Urgh!] Que mau-hálito da porra sai dessa bocarra!!! Eu não esqueceria de algo assim...
- Mas foi você quem a construiu, homem...
- Quê?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?
- Pois foi você, sim! Você mesmo a cavou, aproveitando a cavidade nessa montanha! Você mesmo construiu essa entrada medonha! Foi você!
- Mas isso é loucura!!!
- Acalme-se amigo... Tente se lembrar...
- [...]
- No dia em que terminou de abrir a caverna, até chegou a me dizer que, nesta caverna, ficariam todos os seres malditos que ousassem pisar esta terra tua, caríssimo amigo... Lembra?
- Hum...
- Consegue se lembrar?
- Oh... Estou tão confuso...
- Acalme-se!
- [...]
- [???]
- Sim!!! Eu me lembro!!!
- [!!!] Beleza!
- Disse que aquela aparência medonha serviria para deixar bem nítido o objetivo da construção deste lugar: todos os seres repugnantes, nocivos e perversos que ousassem perturbar a paz de meus jardins seriam aprisionados ali, sim!!!
- Que bom que você lembrou, meu caro amigo...
- Mas... Espere!
- [???]
- Essa entrada deveria estar selada!!!
- É... Você lembrou...
- Quem abriu a entrada da caverna?!?!?!

(continua...)

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