18 de julho de 2005

Retorno à beira do abismo

Me vejo parado diante daquele abismo
novamente...
Como em outro dia desses
Como em outros vários dias
iguais a esse
Como naquele dia
em que ouvi
pela primeira vez...
Volto à beira daquele abismo
e fico a pensar...
Tentando entender
ou, até mesmo, enxergar
o que há
o que houve
o que ouço
o que ouvi
Venha! O que está esperando?
Nada!
Então... Por que não vem?
Não sei...
Ora... Tá com medo, é?
Estou!!!
Sim, estou!!!
Já pude escalar penhascos
Já me equilibrei em muros altos
Já me vi à beira do abismo
outras vezes...
E já me senti capaz
até mesmo
de voar...
Mergulhar de cabeça
nessa escuridão disforme
e depois voltar
ou - melhor! - ir além...
E eis que me encontro
parado
diante do abismo...
Eu, encolhido
e amedrontado...
Mas, mesmo assim,
intrigado
e maravilhado...
Parece que há algo
nesse abismo
que só eu sinto...
Não o medo...
Mas uma vontade...
Vontade de seguir essa voz
que parece que só eu ouço
Venha!
E que, às vezes,
parece que ninguém diz...
O que está esperando?

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